Menção a Lula dá vantagem a Dilma em pesquisa, diz analista

Em pesquisas que perguntam sobre popularidade de Lula, Dilma pode sair em vantagem, diz especialista da Unicamp

Dayanne Sousa, Terra Magazine

As pesquisas eleitorais em que a candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, está mais bem colocada são as que provocam que o eleitor a veja como "candidata do presidente Lula", comenta o cientista político da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Valeriano Costa. Este pode ser o caso das medições do CNT/Sensus, que pergunta sobre a popularidade do governo além da intenção de voto. Na última pesquisa do instituto - divulgada no dia 5 - Dilma abre dez pontos à frente de José Serra (PSDB) enquanto pesquisa Ibope do mesmo período mostrou diferença de cinco pontos.

- O Sensus pode ter antecipado o efeito que a propaganda eleitoral vai produzir. Se o Lula influencia, não é uma distorção, mas mostra o que aconteceria se a população associar mais a imagem do presidente à eleição.

O especialista do Centro de Estudos de Opinião Pública diz que a diferença entre pesquisas de vários institutos nestas eleições é surpreendente. Na pesquisa do Datafolha de julho, Dilma e Serra estavam empatados. "Esse é um problema que surgiu nessa eleição mais que em outras porque a maioria dos eleitores ainda não sabe quem são os candidatos", explica.

Ele afirma que apenas 10% da população acompanham o andamento das campanhas por enquanto, o que faz com que a maioria oscile muito dependendo do método usado ou de qualquer fato recente.
Para Costa, os candidatos usam a diferença de resultados politicamente e acusam as pesquisas de fraude, mas essa hipótese é difícil. "São poucos institutos no país e acho difícil que eles se arrisquem no mercado, arrisquem sua credibilidade. Pode haver um erro, mas não uma fraude".

Fla-Flu

Nas últimas semanas, o debate com os presidenciáveis na Rede Bandeirantes e a sequência de entrevistas no Jornal Nacional foram as primeiras aparições de peso dos candidatos na TV. Costa, porém, acredita que elas não vão impactar as pesquisas de opinião.

- A população que acompanhou o último debate, por exemplo, é cerca de 5% do eleitorado e isso são pessoas que já se definiram. Vira um Fla-Flu, uma briga de torcidas e cada um vê o debate em função da sua preferência.

Segundo o pesquisador, é uma característica das eleições brasileiras que tudo se defina mais perto do dia da votação.

- A maioria das pessoas não está preocupada com a eleição agora ou nem sabe qual eleição vai ter. Isso vai pegar fogo no último mês, mas até agora foi treino. “

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