Jarbas tomou o caminho da perdição

Urariano Motta

“Assim como o seu candidato Serra em todo o Brasil, Jarbas Vasconcelos tem descido uma ladeira em Pernambuco. De um ponto de vista da pesquisa eleitoral, a sua ascensão para baixo tem sido mais rápida que o candidato à presidência, como se estivesse em queda livre. No mínimo, desde a pesquisa Datafolha, que lhe dava 28% das intenções de voto, até a última do Diário Data, quando caiu para 17%, contra 60% de Eduardo Campos, nem o chão para Jarbas é o limite.

Se considerarmos que esse mergulho se deu entre 24 de julho e 14 de agosto deste ano, Jarbas Vasconcelos perdeu 11% de intenções de voto em três semanas. A essa razão de velocidade de queda, 11/3 semanas, ele chegará em 3 de outubro devendo uma fábula de votos aos pernambucanos: será votado por absurdos 9% abaixo de zero. Seria como se nas urnas houvesse um medidor de votos negativos, uma tecla em que se apertasse contra o nome do candidato. Algo como uma luzinha verde para o cara rejeitado.

Na verdade, antes de obedecer à lei de gravidade para o seu grande corpo em queda, Jarbas parece mais obedecer a uma lei da maldição. Entendam, por maldição queremos dizer o mau destino que tomamos, nas escolhas que fazemos contra a força do tempo. A maldição de Jarbas vem antes, bem antes destas últimas eleições. Em 1998, quando ele se aliou aos conservadores e resistentes da ditadura (notem, da ditadura, não contra ), Miguel Arraes observou em discurso: “Jarbas tomou o caminho da perdição". Quando assim o observou, Arraes não teve a presunção de lhe fazer uma profecia ou de lhe rogar uma praga. Apenas definiu um caráter que se modificava em suas escolhas, apenas definiu um destino. “Apenas”.
Arraes, um líder popular que se definiu pelos trabalhadores da cana em Pernambuco, que recebeu reportagem histórica de Antonio Calado, com aquela frase anteviu os passos seguintes de um político, que era até então um combatente nos duros tempos do Recife. Como bateria na mesa hoje o velho Arraes, se vivo estivesse, o caminho tomado por Jarbas foi “dito e feito”. Por hábitos e modos de sua conservadora companhia, que não era de Jesus, Jarbas passou a retirar do seu caminho jornalistas incômodos, independentes, como no episódio do colunista Inaldo Sampaio, que perdeu um emprego de mais de 22 anos no Jornal do Commercio, por lhe ousar a insinuação de uma crítica.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Comentários

Jesus disse…
Aliado de Serra perseguindo jornalista? Como é possivel isso? Com quem aprendeu a fazer isso? Se #Serranic souber disso não vai querer mais ele como aliado! Desgosto!


Jesus Baccaro