Ricardo Kotscho, Blog do Kotscho
“Se tem alguém na oposição que não deve ter se surpreendido com os números do novo Datafolha, que colocam Dilma Rousseff oito pontos à frente na corrida presidencial, e a três de vencer no primeiro turno, certamente é o candidato José Serra.
Político que bota a maior fé nas pesquisas, principalmente nas qualitativas, que indicam tendências, o ex-governador trabalha com levantamentos quase diários sobre o humor dos eleitores. Este Datafolha divulgado na noite de sexta-feira, afinal, apenas confirma o que os outros institutos vêm apontando já faz algumas semanas: a candidata de Lula pode vencer as eleições de 2010 no primeiro turno.
Foi exatamente por sempre trabalhar baseado nas pesquisas que José Serra demorou tanto para assumir a sua candidatura a presidente da República. Aquela história toda de que precisava governar São Paulo até o último dia para não ser acusado de fazer campanha antecipada, como a sua concorrente petista, escondia na verdade uma profunda indecisão, o temor de entrar num barco furado antes de começar a navegar.
Em conversas com amigos do ninho demotucano de São Paulo, ficava sabendo do dilema de Serra ser ou não ser candidato, mesmo quando as pesquisas do começo do ano lhe eram favoráveis. Mais do que ninguém, ele dispunha de projeções sobre o que aconteceria no cenário eleitoral à medida em que mais eleitores identificassem Dilma como a candidata de Lula, um presidente que chegava a quase 80% de aprovação.
Por mais que ser presidente fosse o seu grande projeto de vida e tenha se preparado para isso durante tantos anos e mandatos, como sempre fez questão de proclamar, no íntimo Serra sabia que esta seria uma batalha inglória e ficou numa dúvida cruel. Mais seguro seria disputar outro mandato de governador em São Paulo, com a reeleição praticamente assegurada.
O problema é que antes mesmo de 2009 acabar, Aécio Neves havia jogado a toalha da candidatura presidencial e deixou claro que não aceitava ser vice na chapa de Serra em hipótese alguma. A oposição ficou sem alternativa _ era Serra ou Serra. Desistir de concorrer e abrir mão da candidatura a presidente para ficar como governador poderia parecer um ato de fraqueza que mancharia para sempre sua biografia.”
Artigo Completo, ::Aqui::
“Se tem alguém na oposição que não deve ter se surpreendido com os números do novo Datafolha, que colocam Dilma Rousseff oito pontos à frente na corrida presidencial, e a três de vencer no primeiro turno, certamente é o candidato José Serra.
Político que bota a maior fé nas pesquisas, principalmente nas qualitativas, que indicam tendências, o ex-governador trabalha com levantamentos quase diários sobre o humor dos eleitores. Este Datafolha divulgado na noite de sexta-feira, afinal, apenas confirma o que os outros institutos vêm apontando já faz algumas semanas: a candidata de Lula pode vencer as eleições de 2010 no primeiro turno.
Foi exatamente por sempre trabalhar baseado nas pesquisas que José Serra demorou tanto para assumir a sua candidatura a presidente da República. Aquela história toda de que precisava governar São Paulo até o último dia para não ser acusado de fazer campanha antecipada, como a sua concorrente petista, escondia na verdade uma profunda indecisão, o temor de entrar num barco furado antes de começar a navegar.
Em conversas com amigos do ninho demotucano de São Paulo, ficava sabendo do dilema de Serra ser ou não ser candidato, mesmo quando as pesquisas do começo do ano lhe eram favoráveis. Mais do que ninguém, ele dispunha de projeções sobre o que aconteceria no cenário eleitoral à medida em que mais eleitores identificassem Dilma como a candidata de Lula, um presidente que chegava a quase 80% de aprovação.
Por mais que ser presidente fosse o seu grande projeto de vida e tenha se preparado para isso durante tantos anos e mandatos, como sempre fez questão de proclamar, no íntimo Serra sabia que esta seria uma batalha inglória e ficou numa dúvida cruel. Mais seguro seria disputar outro mandato de governador em São Paulo, com a reeleição praticamente assegurada.
O problema é que antes mesmo de 2009 acabar, Aécio Neves havia jogado a toalha da candidatura presidencial e deixou claro que não aceitava ser vice na chapa de Serra em hipótese alguma. A oposição ficou sem alternativa _ era Serra ou Serra. Desistir de concorrer e abrir mão da candidatura a presidente para ficar como governador poderia parecer um ato de fraqueza que mancharia para sempre sua biografia.”
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