Cristianizaram o Serra

Mair Pena Neto, Direto da Redação

“A histórica campanha de 1950, quando GetúlioVargas voltou ao poder, deu origem ao termo “cristianização” na política brasileira, quando o PSD abandonou seu candidato Cristiano Machado (foto) à própria sorte e transferiu votos para Getúlio. Desde então, toda traição de um partido a seu candidato é conhecida como cristianização.

Processo semelhante ocorre agora com a candidatura de José Serra à Presidência pelo PSDB. Nome imposto à força pela tucanagem paulista e sem a simpatia do partido até pelas características pessoais do candidato, Serra vem sendo paulatinamente abandonado pelos principais nomes do partido e tende a terminar a campanha só, melancolicamente derrotado pelo que as pesquisas começam a indicar.

Diariamente, a Folha de S.Paulo vem apontando defecções na campanha de Serra. Tucanos de alta plumagem, que evitam associar seus nomes ao do candidato à Presidência, que deveria ser o puxador de votos. Nessa lista, já entraram nomes de peso do PSDB, como os senadores Tasso Jereissatti, do Ceará, Arthur Virgílio, do Amazonas, e Sergio Guerra, de Pernambuco, presidente nacional do partido, e o de Agripino Maia, do incondicional aliado DEM. Todos fazem suas campanhas sem menção ao nome de Serra.

Outro caso flagrante e de explicação óbvia, ocorre em Minas Gerais, onde Aécio Neves empenha todo seu prestígio na eleição do tucano Antonio Anastasia ao governo do estado e toca sua campanha ao senado, ignorando a existência de Serra. Aécio tentou ser o candidato do PSDB à Presidência, inclusive sugerindo a realização de prévias no partido, mas foi atropelado por Serra, com recurso a golpes baixos transmitidos por meio da mídia.

Com o segundo maior colégio eleitoral do país, Minas tem papel decisivo em toda eleição, e as pesquisas indicam que será totalmente favorável à Dilma Rousseff. A candidata do governo abriu 12 pontos de vantagem sobre Serra no estado, segundo a última pesquisa Ibope/TV Globo/Estadão. Em Minas, surgiu e ganhou força a chapa Dilmasia, a união do candidato tucano ao governo do estado à candidata petista à Presidência, o melhor retrato da cristianização de Serra.”
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