'Pedir a cabeça' de jornalista é censura, diz Dilma

Candidata se diz contrária à censura e dispara, veladamente, contra adversário

Redação, Rede Brasil Atual

“Em entrevista à TV Brasil, a candidata à Presidência da República Dilma Rousseff (PT) se afirmou contrária a qualquer forma de censura. Disse considerar "imprecisas" as acusações de que o governo tentou fazer "controle social" da mídia. Segundo ela, não existe controle social no conteúdo. "O que há hoje no Brasil é o controle do que é público."

Dilma declarou ainda que considera uma forma de censura o fato de uma pessoa usar de seu cargo para pedir punição a jornalistas. De forma velada, a crítica é a José Serra (PSDB), acusado de recorrer a tal prática.

Na entrevista ao programa 3 a 1, transmitido na noite desta quarta-feira (20) pela emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Dilma ainda falou sobre alianças políticas, aborto, drogas e união homoafetiva. Nesta quinta (22) e sexta-feira (23), José Serra e Marina Silva (PV), respectivamente, serão entrevistados.

Contra censura

“É inadmissível a censura à imprensa. Sou rigorosamente contrária a isso”, afirmou. Dilma considerou imprecisas as acusações de que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou fazer um “controle social” da mídia. “Isso é impreciso. Não existe controle social no conteúdo. O que há hoje no Brasil é o controle do que é público. Há uma legislação sobre cabo, sobre telefonia, há decreto sobre TV digital baseado em uma lei. O que se discute ainda é se a telefonia participa ou não de radiodifusão”, disse Dilma.

Crítica velada

A candidata do PT à Presidência da República disse ainda que considera censura a prática de algumas pessoas ligarem para diretores de jornais e pedirem para punir jornalistas. “Alguém usar de sua posição para telefonar para diretor de jornal e pedir para punir jornalista é censura”, respondeu Dilma. Ela não quis dizer a quem estaria se referindo, mas seu adversário, José Serra (PSDB) é acusado por crítico de recorrer à prática.

Coalizão

“Nenhum governo pode ser governo de um partido, é preciso se criar um leque de alianças, estruturar em uma proposta de um governo. Nós, do governo Lula, conseguimos dar claramente uma diretriz comum para o governo e para a coalizão que o governo construiu”, disse Dilma.

A candidata negou que o governo Lula tenha sido refém dos parlamentares na votação de projetos importantes no Congresso Nacional. “Nas questões relevantes, é importantíssimo manter a base, mas não há como exigir em todas as circunstâncias. Não existe forma de um governo ter a ordem unida e todo mundo sair marchando em um passo só”, afirmou.”
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom, ABr
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