Economista critica tentativa de tirar Serra da oposição a Lula

João Sicsú, diretor do Diretoria de Macroeconomia do Ipea, acusa oposição e veículos de mídia de tentar fazer Serra parecer situação

Anselmo Massad, Rede Brasil Atual

Para João Sicsú, diretor de Macroeconomia do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a tentativa de apontar um cenário político "pós-Lula" de continuidade tenta despolitizar o voto para presidente da República. Em artigo publicado na edição de abril da revista Inteligência intitulado "Revisões do desenvolvimento", o economista vê a tentativa de repelir a pecha de oposição ao governo Lula é a única alternativa ao PSDB e seus aliados.

"O voto dado com consciência política é sempre um voto pela mudança ou pela continuidade", escreve Sicsú. "Portanto, a tentativa de construir um cenário pós-Lula (de continuidade independentemente dos eleitos) tem o objetivo de despolitizar o voto, isto é, retirar do voto a sua possibilidade de fazer história", prossegue.

O conceito do "pós-Lula" criticado por Sicsú seria a tentativa de impedir que a avaliação do governo Lula seja feita comparando-o com seus antecessores e vetar que os candidatos ocupem papéis de situação e de oposição. "O termo 'oposição' deveria ser usado pelo PSDB com um único sentido: 'oposição a tudo o que está errado' – e não oposição ao governo e ao projeto do presidente Lula", explica.

Ele atribui à imprensa e à coordenação de campanha do tucano a estratégia de "vender" a ideia de que "a história é feita pela própria história". "A construção de um cenário pós-Lula (com essas características) é a única alternativa do PSDB e de seus aliados, já que comparações de realizações têm números bastante confortáveis a favor do projeto do presidente Lula quando comparados com as '(não)realizações' (sic) do presidente Fernando Henrique Cardoso", vaticina.

Segundo ele, Dilma nunca é qualificada nas reportagens da mídia como candidata do governo ou do presidente Lula. O principal beneficiado desse tratamento dado às eleições seria José Serra (PSDB), mas também Marina Silva (PV) teria vantagens. "Serra e Marina não são apresentados como candidatos da oposição, mas sim como candidatos dos seus respectivos partidos políticos", constata. "Curioso é que esses mesmos veículos de comunicação quando tratam, por exemplo, das eleições na Colômbia se referem a candidatos do governo e da oposição", compara.”
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