Como e por que CartaCapital compara Lula com Fernando Henrique

Mino Carta, CartaCapital

"CartaCapital tem 16 anos de vida, oito de Fernando Henrique Cardoso e oito de Luiz Inácio Lula da Silva. A edição nº 3 da revista, mensal de agosto de 1994 a março de 1996, quando se tornou quinzenal, saiu logo após a eleição vencida por FHC e o estampava na capa. Recordo que o próprio ligou de Brasília: “A melhor entrevista já feita comigo”.

Entrevistador o acima assinado. Havíamos acertado o encontro para uns 15 dias antes do pleito. Há tempo o êxito de FHC era inevitável e a antecipação da conversa permitiu sair dois dias depois da eleição com o vencedor a sorrir na capa. Fluvial entrevista com um intelectual bem articulado também em política.

Havia ali, no entanto, três passagens para estimular a minha perplexidade. Primeira. De saída, evoco a visita de Jean--Paul Sartre ao Brasil no começo dos anos 60, o jovem FHC estava na plateia de uma conferência do pensador em Araraquara. O entrevistado apressa-se a esclarecer que já neste tempo misturava Marx com Weber. Observo que na introdução do seu primeiro livro, Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional, ele informava ter usado “o método dialético-marxista”. FHC recorda e admite. “Mas na segunda edição, retirei a referência”, diz, com a expressão de Buster Keaton.

Segunda. De acordo com o entrevistado, a ética do cientista é diferente da ética do político. Por quê? O cientista “descobriu, mostrou”. “Já o político não pode fazer isso.” Como assim? “Não digo que o político possa e deva mentir, mas às vezes tem de omitir. Se ele não omite, pode causar uma situação contrária.”

Terceira. O assunto passa a ser a criação do ninho tucano. “Eu disse que o PMDB tinha esgotado a possibilidade de avançar mais, de fazer as coisas, e o Ulysses, que era muito realista, disse: ‘É, você tem razão’”. Revelação. Eu teria apreciado- a oportunidade de consultar a respeito o Senhor Diretas-Já. Infelizmente, estava morto há dois anos.

Seguiram-se oito anos de governo tucano. No período o Brasil quebrou três vezes, o próprio presidente incumbiu-se da tarefa de desvalorizar o real depois de se reeleger à sombra da bandeira da estabilidade, da qual se apresentava como pai. Cuidara, para conseguir o segundo mandato, de comprar votos no Congresso. O País, em contrapartida, foi posto à venda. Por pouco a Petrobras não acabou nas mãos das célebres irmãs do petróleo. Negócios gigantescos foram fechados a todo custo a favor de empresários escolhidos a dedo.”
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Comentários

Boa Tarde.
Passo por aqui para uma mera denúncia de meo-plágio. Hoje, enquanto aguardava atendimento dentário, me deparei com o Jornal "O Liberal" do Pará e, lendo o editorial, o professor que o assinava recorria ao editorial de Mino Carta (mencionando que "um semnário publicou") porém, utilizou-se da integralidade das palavras daquele editoria, configurando-se o plágio. Infelizmente, não anotei o nome do autor do editorial e, ao consultar o O Liberal na internet, o mesmo não está disponível.
Espero, mesmo assim, ter contribuído com o bom jornalismo ca Carta Capital e deste blog que, a partir de agora, passarei a consultar cotidianamente.
Abraços
Prof. Marcelo Ferreira
Universidade Federal do Pará