Presidente do PT aponta motivos para “otimismo racional” em 2010

Em seu gabinete na sede nacional do Partido dos Trabalhadores, em Brasília, em raro momento de agenda livre, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, recebeu o Vermelho para conversar sobre as eleições deste ano. Ele se mostrou “otimista racional” com o andamento da campanha e destacou, entre os motivos para o otimismo, a ampla aliança de partidos, o programa da candidata e o sucesso do Governo Lula. Mesmo assim, reconhece que não será uma campanha fácil.

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A entrevista com Dutra, feita pela jornalista Márcia Xavier, é a segunda da série de entrevistas que o Vermelho realiza com os presidentes dos partidos de esquerda (PT, PCdoB, PSB e PDT) que apoiam a candidatura de Dilma Rousseff à Presidência da República. A primeira entrevista foi com Renato Rabelo, presidente do PCdoB.


Vermelho - A partir das convenções, o que muda na campanha eleitoral?
José Eduardo Dutra – Agora, passado o período das convenções - e é bom ressaltar que nós conseguimos construir uma aliança bem ampla em torno da Dilma, coisa que muitos não acreditavam que fossemos capazes, de construir uma aliança incluindo PT, PMDB, PDT, PSB, PCdoB, PR, PRB..., e a aliança consolidada a nível nacional, estamos buscando nos estados construir palanques semelhantes. Sabemos que isso não é fácil porque a realidade política do Brasil tem disparidades regionais. Há estados onde teremos mais de um palanque. Nesta fase inicial não podemos fazer carreata, passeata, comício, todos os eventos têm que ser em local fechado. A partir do dia 5 de julho, vamos fazer campanha que vai combinar eventos de massa, os tradicionais comícios, e encontros com setores organizados da sociedade. Até porque nós sabemos o que diferencia nossa campanha da deles é a nossa capacidade de agregar os movimentos populares, sindical, trabalhadores etc. E vamos continuar investindo no acesso da Dilma às mídias regionais, pois a Dilma é menos conhecida e quanto mais a população a identifica com o governo do presidente Lula, mais ela cresce nas pesquisas.

Vermelho - O PT desistiu da idéia de arregimentar milhares de internautas para ajudar na campanha, como havia planejado fazer há alguns meses?
JED – Esse é um movimento em paralelo que já está ocorrendo. Estamos construindo uma rede de internautas. Temos pessoas que estão dedicadas exclusivamente a isso, percorrendo o Brasil, fazendo plenárias não só com petistas, mas com militantes de outros Partidos.

Vermelho - E como será utilizada a ferramenta da Internet na campanha?
JED - A Internet é um meio que cada vez passa a ter mais importância na disputa política na sociedade, primeiro por que não existem limitações naturais e até legais que são impostas aos outros meios de comunicação. Vamos ampliar a participação dos militantes e vamos inclusive trabalhar, já que legislação permite isso, para arrecadação de recursos. Não temos a ilusão de conseguir o mesmo êxito do Obama, nos Estados Unido, mas é hora de iniciarmos a utilização desse espaço também para arrecadar fundos.

Vermelho - O PT acha que até o final de junho algum outro partido, além dos que já anunciaram apoio, irá aderir à campanha de Dilma?
JED - Existem partidos menores como o PTN, o PTC, e, dos partidos médios, ainda existe uma indefinição com relação ao PP. Existe especulação na mídia de que o PP podia se coligar ao PSDB, mas o senador Dornelles, que é o presidente do PP, negou categoricamente. E nos garantiu que em hipótese alguma vai coligar com o PSDB. O que existe é a possibilidade de eles ficarem neutro e se isso acontecer a maior parte da base do PP vai nos apoiar; e nós estamos trabalhando ainda com a hipótese de que eles venham a participar formalmente da nossa coligação.”
Entrevista Completa, ::Aqui::

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