Novela do vice humilha o DEM e destroça o "junho de Serra"

"Maio foi o mês de Dilma Rousseff, junho será de Serra", disse o senador, presidente do PSDB e coordenador da campanha de José Serra, Sergio Guerra (PE), quando as pesquisas apontaram a queda de seu candidato e o avanço de Dilma. A luta interna em torno da escolha do vice, porém, está gerando mais um mês negativo para o tucano. O DEM exige que o vice seu. O PSDB se inclina por humilhar o aliado e indicar outro tucano, que pode ser o próprio Guerra.

Bernardo Joffily, Vermelho.org

A longa indefinição só não está causando um estrago maior porque é tratada discretamente pela mídia anti-Lula. No entanto, já provocou um tiroteio de declarações conflitantes dos dois partidos, e estimulou um início de defecções no DEM.

"É Serra que vai decidir"

Na segunda (14), o presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), e seu antecessor, ex-senador Jorge Bornhausen (SC), se reuniram com o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Na quarta, nova reunião. Os demos cobram um nome seu, qualquer um, para a vice. Guerra saiu dizendo que o próprio Serra resolverá a pendência, o que parece uma má notícia para o DEM.

Segundo Guerra, o DEM e o PPS já encaminharam suas sugestões ao candidato da frente oposicionista. “Agora está mãos dele. É Serra que vai decidir o vice. Vai ter mais umas conversas e decidir”, afirmou.

A Executiva Nacional do DEM, aliado estratégico do PSDB e responsável por uma grossa fatia do tempo que Serra terá na TV, está em regime prontidão na tentativa de obter vicar com a vice na chapa. Nesta quarta-feira (16), O Estado de S. Paulo publicou entrevista onde Rodrigo Maia diz que não está ameaçando, mas sem vice do DEM Serra perde a eleição.

Rodrigo: "Serra quer ganhar ou perder?"

"Não se trata de ameaça. O problema é se o Serra quer ganhar ou perder a eleição. Numa disputa apertada, que poderá ser decidida por apenas uns 3 pontos porcentuais de diferença, contra um governo que é popular e populista, se não fizer uma chapa que respeite os aliados naturais, você não ganha", argumentou Rodrigo no Estadão.

O DEM só aceitava abrir mão do vice em favor do tucano Aécio Neves – por quem torcera para candidato presidencial. "Fora Aécio Neves, não existe nenhum nome que justifique que o vice não seja do principal partido da aliança política. Não há ameaças e o DEM vai indicar o vice no dia 30, num processo de escolha com a participação direta de Serra e do PSDB", agregou Rodrigo Maia.

O presidente do DEM nem quer saber de alternativas. Indagado sobre o que acontece se o PSDB não indicar um vice do DEM, respondeu: "Vai indicar". Mas o seu pai e mentor político – o ex-prefeito carioca Cesar Maia, que tenta em outubro uma vaga no Senado – indicou o que acontece no caso da humilhante negativa.

“Obviamente que a não escolha do DEM terá que ser muito bem pensada. Se não escolher, nenhum problema, estamos na campanha. Agora, a reação não será a mesma. Depois de eleito, nós vamos ver os espaços que o DEM contribuirá no governo dele (Serra)", disse Cesar Maia, ao Ig.”
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