Hora de ficar esperto

Alberto Dines, Observatório da Imprensa

“Ele é criticado pelos erros de concordância, fraseado tosco, abuso de bordões e outras questões vernáculas de maior ou menor relevância. Desta vez, no discurso de lançamento oficial da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, o presidente Lula foi preciso em matéria semântica: "É importante a gente começar a ficar esperto..." (O Globo, 14/6, pág. 4). Esperto, como apontam os melhores dicionaristas, é o mesmo que desperto, atento, vigilante. E completou: "...[começar] a olhar e começar a ver qual o tratamento que vai ser dado".

O presidente, desta vez, pediu neutralidade ou igualdade de tratamento. Na frase anterior dissera ter assistido na véspera a um telejornal onde a sua candidata "deve ter aparecido uns 30 segundos e o adversário seis vezes em quase seis minutos".

Como não indicou o nome do canal nem o horário em que a notícia foi veiculada, supõe-se que o presidente Lula esteja certo. A reclamação procede, não é descabida: pedir tratamento igual equivale a recorrer aos manuais de bom jornalismo.

Ao sugerir que os veículos mantenham-se equidistantes ou assumam abertamente suas preferências, Lula segue os paradigmas da melhor imprensa americana, considerada nesta questão a mais correta de todas.”
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