Emir Sader, Carta Maior / Blog do Emir
“1. Com a saída dos dois principais candidatos dos seus cargos e com as duas pré-candidaturas lançadas, praticamente começou a campanha eleitoral, nas condições em que ela existirá até seu resultado final, em outubro, daqui a 6 meses. Essas primeiras escaramuças permitem compreender as armas que cada lado pretende lançar, seus elementos de força e de debilidade.
As condições de fundo não variarão ao longo de toda a campanha: o sucesso do governo Lula, a popularidade deste e a comparação inquestionavelmente favorável ao governo do petista em comparação com o governo FHC. No entanto, se a candidatura da Dilma pretende jogar a fundo esta carta, já se vê como a candidatura Serra pretende neutralizar a desvantagem que sofre. Seu discurso no pré-lançamento aponta para a continuidade, mas não apenas com o governo Lula e sim com uma suposta continuidade de um processo longo, de 25 anos, desde o fim da ditadura. Poderia, assim, deslocar a comparação dos governos petista e tucano, sem se assumir como oposição. A habilidade deste discurso seria o de reivindicar, ao mesmo tempo, os governos FHC e Lula, buscando evitar suas contraposições.
O objetivo da candidatura opositora é assim deslocar a comparação dos dois governos para a das trajetórias dos dois candidatos, o que abre espaço para todo tipo de ataque a Dilma, que foi a tônica maior da ação opositora em abril. A imprensa e os dirigentes opositores se concentraram em descobrir “gafes” da Dilma, em difundir seu suposto caráter “autoritário”, assim como seu suposto “despreparo” para governar, seja por não ter sido candidata e governante antes, seja porque não conseguiria domar seja o PT, seja o PMDB. A atividade jornalística foi implacável, seja com afirmações reais da Dilma tiradas do contexto, seja forjando situações falsas.
A oposição marcou a pressão a candidatura da Dilma marcando sua saída de bola, e permitindo aparecer fraquezas – seja reais, seja dadas pela brutal desproporção dos meios de imprensa com que contam os dois blocos. O que revela as terríveis consequências para uma disputa equitativa e democrática do monopólio privado dos meios de comunicação, assim como o fracasso da política governamental de comunicação. No seu oitavo ano, com pelo menos cinco anos de sucesso total do governo, este não conta com meios próprios para se comunicar com a população, deixando a candidatura da Dilma na dependência do que a mídia privada decidir.”
Artigo Completo, ::Aqui::
“1. Com a saída dos dois principais candidatos dos seus cargos e com as duas pré-candidaturas lançadas, praticamente começou a campanha eleitoral, nas condições em que ela existirá até seu resultado final, em outubro, daqui a 6 meses. Essas primeiras escaramuças permitem compreender as armas que cada lado pretende lançar, seus elementos de força e de debilidade.
As condições de fundo não variarão ao longo de toda a campanha: o sucesso do governo Lula, a popularidade deste e a comparação inquestionavelmente favorável ao governo do petista em comparação com o governo FHC. No entanto, se a candidatura da Dilma pretende jogar a fundo esta carta, já se vê como a candidatura Serra pretende neutralizar a desvantagem que sofre. Seu discurso no pré-lançamento aponta para a continuidade, mas não apenas com o governo Lula e sim com uma suposta continuidade de um processo longo, de 25 anos, desde o fim da ditadura. Poderia, assim, deslocar a comparação dos governos petista e tucano, sem se assumir como oposição. A habilidade deste discurso seria o de reivindicar, ao mesmo tempo, os governos FHC e Lula, buscando evitar suas contraposições.
O objetivo da candidatura opositora é assim deslocar a comparação dos dois governos para a das trajetórias dos dois candidatos, o que abre espaço para todo tipo de ataque a Dilma, que foi a tônica maior da ação opositora em abril. A imprensa e os dirigentes opositores se concentraram em descobrir “gafes” da Dilma, em difundir seu suposto caráter “autoritário”, assim como seu suposto “despreparo” para governar, seja por não ter sido candidata e governante antes, seja porque não conseguiria domar seja o PT, seja o PMDB. A atividade jornalística foi implacável, seja com afirmações reais da Dilma tiradas do contexto, seja forjando situações falsas.
A oposição marcou a pressão a candidatura da Dilma marcando sua saída de bola, e permitindo aparecer fraquezas – seja reais, seja dadas pela brutal desproporção dos meios de imprensa com que contam os dois blocos. O que revela as terríveis consequências para uma disputa equitativa e democrática do monopólio privado dos meios de comunicação, assim como o fracasso da política governamental de comunicação. No seu oitavo ano, com pelo menos cinco anos de sucesso total do governo, este não conta com meios próprios para se comunicar com a população, deixando a candidatura da Dilma na dependência do que a mídia privada decidir.”
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