Serra quer ressuscitar a diplomacia dos pés descalços de FHC

O pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, pregou o fim do Mercosul durante reunião com empresários mineiros em Belo Horizonte na segunda-feira (19). Em sua opinião, o bloco regional “é uma barreira para o Brasil fazer acordos comerciais. Ficar carregando esse Mercosul não faz sentido”, acrescentou.

Umberto Martins, Vermelho.org

Qual a intenção oculta na crítica do ex-governador paulista ao Mercosul? O argumento de que o bloco prejudica o comércio exterior brasileiro não faz sentido. Durante o governo Lula, a partir de 2003 (depois da crise argentina) até 2008, o volume e o valor das trocas internacionais promovidas pela economia nacional tiveram um crescimento extraordinário, especialmente no conjunto de países que constituem o mercado comum sul-americano, como pode ser verificado na tabela publicada abaixo.

Superávit brasileiro

O resultado deste comércio tem sido claramente favorável ao nosso país, que em 2008 acumulou um superávit de 6,8 bilhões de dólares no intercâmbio com seus vizinhos mais próximos. Esses absorveram 10,98% das exportações brasileiras naquele ano, enquanto nos venderam o equivalente a 8,62% de tudo o que compramos no mundo.

Em seu conjunto, o comércio exterior brasileiro sofreu notáveis transformações ao longo dos dois mandatos de Lula, graças à nova política externa inaugurada pelo Itamaraty, altiva e soberana, que esteve em linha com as mudanças em curso na economia mundial e se orientou pela priorização do comércio Sul/Sul, ou seja, com os países considerados subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento.”
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