Retaliar onde dói

Mair Pena Neto, Direto da Redação

“Em novembro de 2003 e abril de 2004 escrevi neste espaço sobre o significado da decisão da Organização Mundial de Comércio (OMC) de condenar e determinar a suspensão dos subsídios do governo dos Estados Unidos aos produtores de algodão.

Apesar da determinação da mais alta instância do comércio internacional, os EUA não mudaram sua política e agora a OMC autorizou o Brasil a elevar as taxas de importação dos produtos de lá como retaliação aos subsídios.

Embora utilize o direito à retaliação como elemento de barganha, o governo brasileiro não deve hesitar em adotá-lo. Não pelo seu impacto, muito pequeno na economia norte-americana, mas pelo significado da condenação e o direito de uma economia menor poder, legitimamente, retaliar uma maior, que ignora decisões dos fóruns internacionais.

O Brasil obteve o direito de aplicar sanções aos Estados Unidos até o valor de 830 milhões de dólares, sendo até 560 milhões de dólares em produtos e o restante em propriedade intelectual e patentes. A OMC tomou a decisão considerando que os subsídios norte-americanos afetaram as exportações brasileiras de algodão.

Por trás do aspecto comercial, existem questões muito mais profundas, que atingiram não só o Brasil, mas produtores africanos. Com a política de generosos subsídios a seus fazendeiros, os EUA quebraram a cultura do produto em outros países, provocando prejuízos, desemprego e violência.”
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