Luís Nassif, Luís Nassif Online
“A falsa denúncia da IstoÉ contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, ia entrar no Jornal Nacional na sexta. Justo o JN que jamais repercutiu uma denúncia sequer da IstoÉ.
Pimentel foi entrevistado às 19:30, com perguntas bastante agressivas. Tipo, qual seu relacionamento com o publicitário Marcos Valério, com o doleiro fulano de tal.
Às 19:45, Pimentel foi informado que a Terra Magazine tinha conseguido falar com o procurador do inquérito, que desmentiu o indiciamento. Imediatamente alertou a redação do Jornal Nacional. Mas o JN continuou firme com a intenção de dar a matéria.
Apenas às 20:15, quando a Agência Estado repercutiu a nota, o JN percebeu que a unanimidade na cobertura havia implodido. E a matéria caiu.
O episódio é significativo para explicar os critérios jornalísticos atuais da velha mídia.
A matéria da Terra Magazine já tinha desmontado o factóide. Não era uma matéria em cima de hipóteses, mas de uma entrevista com o procurador do inquérito do mensalão. Em pouco tempo, a informação espalhou-se feito um rastilho pela Internet.
Só que a velha mídia é auto-referenciada, em seu mundo cada vez mais restrito. As matérias não são analisadas pela sua consistência ou não, mas pela capacidade ou não de manter a turma unida em torno de uma mesma versão – seja falsa ou verdadeira, pouca importa.
O curioso é que o pessoal do fechamento do Estadão não teve a mesma precaução do JN. A torcida foi maior que o jornalismo.”
“A falsa denúncia da IstoÉ contra o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, ia entrar no Jornal Nacional na sexta. Justo o JN que jamais repercutiu uma denúncia sequer da IstoÉ.
Pimentel foi entrevistado às 19:30, com perguntas bastante agressivas. Tipo, qual seu relacionamento com o publicitário Marcos Valério, com o doleiro fulano de tal.
Às 19:45, Pimentel foi informado que a Terra Magazine tinha conseguido falar com o procurador do inquérito, que desmentiu o indiciamento. Imediatamente alertou a redação do Jornal Nacional. Mas o JN continuou firme com a intenção de dar a matéria.
Apenas às 20:15, quando a Agência Estado repercutiu a nota, o JN percebeu que a unanimidade na cobertura havia implodido. E a matéria caiu.
O episódio é significativo para explicar os critérios jornalísticos atuais da velha mídia.
A matéria da Terra Magazine já tinha desmontado o factóide. Não era uma matéria em cima de hipóteses, mas de uma entrevista com o procurador do inquérito do mensalão. Em pouco tempo, a informação espalhou-se feito um rastilho pela Internet.
Só que a velha mídia é auto-referenciada, em seu mundo cada vez mais restrito. As matérias não são analisadas pela sua consistência ou não, mas pela capacidade ou não de manter a turma unida em torno de uma mesma versão – seja falsa ou verdadeira, pouca importa.
O curioso é que o pessoal do fechamento do Estadão não teve a mesma precaução do JN. A torcida foi maior que o jornalismo.”
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