Fugindo do Principal

Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação

“Mais uma vez a mídia conservadora brasileira demonstrou a que ponto chega o grau de manipulação jornalística. Na recente visita do Presidente Lula a Israel, ao território palestino e à Jordânia ficou mais do que visível o grau de parcialidade. De O Globo à Folha de S. Paulo, passando pelo Estadão, a tônica foi de crítica ao presidente brasileiro.

Algumas chamadas de primeira página chegaram a fabricar um incidente diplomático pelo fato de Lula não ter ido depositar flores no túmulo de Teodor Herzl, fundador do sionismo, o ideário nacionalista judaico que se formou no século XIX e que pregava a volta a uma região em que os hebreus viveram há mais de dois mil anos.

Colunistas como Ricardo Noblat em O Globo e Otavio Frias Filho desancaram em cima de Lula e, consciente ou inconscientemente (fica a critério dos leitores), fizeram o jogo do racista de extrema direita que ocupa o cardo de Ministro do Exterior do atual governo de Israel, um tal de Avigdor Lieberman.

Otavio, o herdeiro da Folha de S. Paulo, filho do falecido Otavio Frias, questionou o “nosso simplório presidente e o seu trêfego chanceler” pelo que estavam fazendo no Oriente Médio, mas, em compensação, enfatizou que “os Estados Unidos influem e se intrometem nos conflitos do Oriente Médio não para pavonear seu peso mundial”. Precisa dizer mais alguma coisa?

No afã de queimar Lula e destacar um inexistente “incidente diplomático”, os meios de comunicação conservadores praticamente ignoraram que Nicolas Sarkosy, presidente francês, e a primeira-ministra alemã Angela Merkel ao visitarem Israel dispensaram depositar flores no túmulo de Herzl. Qual o problema então quando Lula fez o mesmo?

Na verdade, o Brasil hoje ocupa uma posição internacional de destaque, como nunca aconteceu com outros governos, muito menos o anterior de Fernando Henrique Cardoso, uma espécie de recordista de subserviência à potência hegemônica. E isso os “iluminados” não perdoam.”
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