Carta Maior e a difícil tarefa da coalizão demotucana de transformar um cavalo de tróia da hegemonia paulista em presidente de todos os brasileiros
“Coluna da jornalista Inês Nassif, no Valor desta semana, perfura a cortina de fumaça dos ressentimentos e ambições pessoais que separam Serra e Aécio e ilumina a verdadeira trinca estrutural que atinge a coalizão demotucana, dificultando a própria composição de uma chapa com representante da plutocracia paulista na cabeça. Resumo da ópera: exceto sob Vargas, São Paulo quase sempre subordinou a federação a seus interesses, o que ocorreu de forma integral nos dois mandatos de FHC. Sobraram marcas de ressentimento e aprendizado. A plutocracia paulista tem hegemonia quando mandam os 'livres mercados' --leia-se, seus interesses hegemônicos; perde espaço quando o planejamento estatal reacomoda interesses regionais e redistribui os benefícios dos fundos públicos, como ocorre agora com o PAC. Serra, independente do que ele diz que pensa, ou do que os seus amigos pensam que ele pensa, é o representante do conservadorismo paulista que não une o Brasil; aliás não une nem o PSDB paulista e mineiro. O 'desenvolvimentismo de boca' do governador de SP --ironia de Maria da Conceição Tavares-- na verdade nunca passou de um fiscalismo engajado na defesa da hegemonia bandeirante, contra as urgências do resto do Brasil.”
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