O medo da mídia golpista

Mário Augusto Jakobskind, Direto da Redação

“Os leitores possivelmente estão acompanhando a gritaria dos grandes veículos de comunicação relacionada com uma suposta ameaça de censura ou algo do gênero. Na verdade, atrás disso esconde-se uma estratégia destinada a enganar a opinião pública e dessa forma evitar avanços na área da mídia, cuja regulamentação está totalmente defasada e precisa ser atualizada. Ou seja, no fundo os barões da mídia presentes principalmente em O Estado de S. Paulo, O Globo e Folha de S. Paulo, TV Globo, Record, etc querem apenas defender privilégios e em nome disso misturam o conceito de liberdade de imprensa com o de liberdade de empresa.

Quando da realização no mês passado da I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), quase diariamente os jornais e televisões se dedicaram ao muro de lamentações midiático de entidades que exatamente se recusaram a debater questões de interesse de toda a população. Aí a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), capitaneada pelas Organizações Globo, juntamente com a Associação Nacional dos Jornais, não pararam de acusar a Confecom infundadamente, ou seja, com mentiras deslavadas sempre tendo como norte a suposta ameaça à liberdade de imprensa e de expressão. E isso quando ocorria exatamente ao contrário, isto é, os participantes da Confecom – representantes de movimentos sociais, do governo e setores empresariais não vinculados ao esquema Abert/ ANJ - aprovavam 655 propostas a serem encaminhadas ao Congresso para debate e aprovação ou não. A Abert e a ANJ simplesmente recusaram-se a participar da Conferência, exatamente porque se negavam a debater, o que é uma contradição total para quem se diz democrata.

Os jornalões, os mesmos que apoiaram o golpe de 64, como O Globo, Estado de S.Paulo e Folha de S. Paulo, dedicaram editoriais com premissas mentirosas e totalmente distorcidas, para criticar a Confecom e, como se não bastasse, logo em seguida o III Programa Nacional de Direitos Humanos. Bóris Casoy, que nos anos 60 militava no Comando de Caça aos Comunistas (CCC), e até Joelmir Beting entraram no jogo da manipulação com mentiras e no mais puro estilo de babar ódio. Mais uma vez foi colocado em pauta o falso argumento das ameaças à liberdade de imprensa e de expressão. Eis, portanto, uma adjetivação que se repete em vários países das Américas e sob o patrocínio de ideólogos recomendados a consolidar mentiras até que virem absolutas verdades. Na Argentina, os papagaios de pirata não param de inventar histórias, que são repetidas pelos quatro cantos da América Latina.

Um item chamou muito a atenção de quem tenta analisar os fatos: a repetição da alegação de que a imprensa estaria ameaçada pelo projeto de direitos humanos. Uma mentira que não resiste a menor análise. Os barões da mídia vestiram a carapuça.”
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