A Folha e a “ditabranda” de Honduras

Altamiro Borges, Blog do Miro

“A famíglia Frias, que comanda com mão de ferro o jornal Folha de S.Paulo, sempre desprezou a democracia. As campanhas publicitárias do periódico, que exaltam o pluralismo e a diversidade, têm objetivo puramente mercadológico. Elas visam seduzir os ingênuos e estancar sua queda de tiragem. No editorial intitulado “Um passo atrás”, nesta semana, a Folha deixou novamente cair a sua máscara, dando novo tiro no pé – o que pode lhe custar mais cancelamentos de assinaturas, como quando rotulou de “ditabranda” a cruel ditadura que torturou e matou muitos brasileiros.

No mesmo dia em que rádios e TVs eram fechados pela ditadura de Honduras, a Folha procurou abrandar o papel dos golpistas. “O regime chefiado por Roberto Micheletti ocupa categoria bem mais tênue de ilegalidade democrática. Violou a Constituição ao expulsar do país um presidente eleito, quando a ordem da Corte Suprema era de prender Zelaya por afronta a essa mesma Carta. O governo interino, contudo, respeitou a linha sucessória constitucional, assegurou o poder em mãos civis e manteve o calendário das eleições presidenciais”, afirmou o monstruoso editorial.

Ataques à diplomacia brasileira

Na linha da “ditabranda”, a família Frias se esforçou para relativizar o golpe militar nesta sofrida nação latino-americana, que até hoje serve de base militar dos EUA e é saqueada por meia dúzia de ricaços. A derrubada violenta de um presidente eleito pela maioria do povo é considerada uma “tênue ilegalidade democrática”. A decisão da Corte Suprema, cujos juízes nunca foram eleitos e representam as elites do país, é elogiada. E a convocação de novas eleições, num país sob estado de sítio – com prisões, censura e toque de recolher – é tratada como “respeito à linha sucessória”.
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