Eliakim Araujo, direto da Redação
“Não tenho o hábito de assisir ao Jornal Nacional, por razões diversas, mas na última quinta-feira (17), quebrei o hábito e sentei-me diante da TV para ver como o noticiário brasileiro estava tratando a questão da nova gripe. E confesso que fiquei assustado com o tom das notícias sobre a doença. A mim me pareceu que as informações transmitiram muito mais pânico do que prestaram um serviço ao telespectador. Nos EUA, onde o número de pessoas afetadas pela doença é muito maior, não se vê nada parecido.
Para que o leitor não pense que estou exagerando, colhi algumas informações transmitidas naquela noite e que podem ser encontradas no site do JN:
- Não há diferença entre os sintomas da gripe comum e da nova gripe;
- As pessoas que tiverem febre acima de 38 graus, tosse e dificuldade de respirar devem buscar um médico ou o posto de saúde;
- Pessoas com doenças crônicas, crianças de até dois anos, grávidas e idosos são considerados como grupo de risco;
- Animais contaminados por virus humanos podem desenvolver um outro tipo de virus, mais forte, e voltar a contaminar o ser humano.
Não é preciso dizer que, no dia seguinte, filas intermináveis eram vistas nas portas de hospitais e postos de saúde, a ponto das autoridades da área pedirem calma e alertarem as pessoas de que essa corrida desesperada em busca de socorro médico poderia ter um efeito contrário, com pessoas saudáveis expostas ao contágio do virus.
É preciso muito cuidado com o tratamento da notícia num telejornal que carrega nos ombros a responsabilidade de ser o líder de audiência, quase uma bíblia para milhões de telespectadores. Não se trata aqui, de omitir ou adocicar a informação. No caso específico dessa edição do JN, foi só terror, nada que transmitisse um pouco de otimismo ou de esperança em relação ao tratamento da doença.
Um capítulo especial nesse comentário, é a atuação dos jornalistas/apresentadores. Naquela noite não estavam os titulares, mas se estivessem não faria diferença. É que, talvez por influência de nossa latinidade, os noticiaristas brasileiros se envolvem apaixonadamente com o conteúdo da informação. Interpretam a notícia com uma carga de dramaticidade que só faz aumentar o clima de insegurança de uma população naturalmente fragilizada e assustada.”
Artigo Completo, ::Aqui::
“Não tenho o hábito de assisir ao Jornal Nacional, por razões diversas, mas na última quinta-feira (17), quebrei o hábito e sentei-me diante da TV para ver como o noticiário brasileiro estava tratando a questão da nova gripe. E confesso que fiquei assustado com o tom das notícias sobre a doença. A mim me pareceu que as informações transmitiram muito mais pânico do que prestaram um serviço ao telespectador. Nos EUA, onde o número de pessoas afetadas pela doença é muito maior, não se vê nada parecido.
Para que o leitor não pense que estou exagerando, colhi algumas informações transmitidas naquela noite e que podem ser encontradas no site do JN:
- Não há diferença entre os sintomas da gripe comum e da nova gripe;
- As pessoas que tiverem febre acima de 38 graus, tosse e dificuldade de respirar devem buscar um médico ou o posto de saúde;
- Pessoas com doenças crônicas, crianças de até dois anos, grávidas e idosos são considerados como grupo de risco;
- Animais contaminados por virus humanos podem desenvolver um outro tipo de virus, mais forte, e voltar a contaminar o ser humano.
Não é preciso dizer que, no dia seguinte, filas intermináveis eram vistas nas portas de hospitais e postos de saúde, a ponto das autoridades da área pedirem calma e alertarem as pessoas de que essa corrida desesperada em busca de socorro médico poderia ter um efeito contrário, com pessoas saudáveis expostas ao contágio do virus.
É preciso muito cuidado com o tratamento da notícia num telejornal que carrega nos ombros a responsabilidade de ser o líder de audiência, quase uma bíblia para milhões de telespectadores. Não se trata aqui, de omitir ou adocicar a informação. No caso específico dessa edição do JN, foi só terror, nada que transmitisse um pouco de otimismo ou de esperança em relação ao tratamento da doença.
Um capítulo especial nesse comentário, é a atuação dos jornalistas/apresentadores. Naquela noite não estavam os titulares, mas se estivessem não faria diferença. É que, talvez por influência de nossa latinidade, os noticiaristas brasileiros se envolvem apaixonadamente com o conteúdo da informação. Interpretam a notícia com uma carga de dramaticidade que só faz aumentar o clima de insegurança de uma população naturalmente fragilizada e assustada.”
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