Congresso da UNE e manipulação da mídia

Altamiro Borges

“Após viajarem milhares de quilômetros em centenas de ônibus fretados, mais de 15 mil jovens de todos os recantos do país estarão reunidos em Brasília para participar do 51º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE). Durante cinco dias, eles esbanjarão energia, criatividade e garra em várias passeatas, em acirradas polêmicas nos 25 grupos de debate sobre temas candentes e em plenárias infindáveis. Não haverá cansaço ou desanimo, mas uma baita disposição para lutar por melhorias na educação e por mudanças profundas no país. Caso a mídia tupiniquim respeitasse a nossa juventude, o congresso seria manchete em todos os jornais e nas emissoras de TV e rádio.

Mas a mídia hegemônica prefere evitar qualquer engajamento dos jovens. Ela aposta sempre na alienação e ceticismo. Rejeita qualquer ação coletiva. Prefere estimular o consumismo doentio e o individualismo exacerbado. Por isso, o evento da UNE surge, no máximo, no pé de página dos jornalões tradicionais ou em rápidos flashes na TV. Quando ela trata do evento, é para atacar a organização juvenil e criminalizar suas lutas. Ela omite ou emite opiniões raivosas. Como nos ensina Perseu Abramo, no livro “Padrões de manipulação na grande imprensa”, a ocultação e a inversão da opinião pela informação são duas técnicas muito utilizadas pelos barões da mídia.

Padrões de manipulação da imprensa

“O padrão da ocultação se refere à ausência e presença dos fatos reais na produção da imprensa. Não se trata, evidentemente, de fruto do desconhecimento e nem mesmo de mera omissão diante do real. É, ao contrário, um deliberado silêncio militante sobre determinados fatos da realidade. Esse é um padrão que opera nos antecedentes, nas preliminares da busca da informação, isto é, no ‘momento’ das decisões de planejamento da edição, naquilo que na imprensa geralmente se chama de pauta... O padrão da ocultação é decisivo e definitivo na manipulação da realidade: tomada a decisão de que um fato ‘não é jornalístico’, não há a menor chance de que o leitor tome conhecimento de sua existência por meio da imprensa. O fato real é eliminado da realidade, ele não existe”, ensina o mestre na obra reeditada pela Fundação Perseu Abramo.”
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