Folha insiste na trapaça e na trapalhada da ficha de Dilma

Quanto mais a Folha de S.Paulo tenta se safar da denúncia de manipulação intencional em sua edição sobre o ''sequestro de Delfim Netto'' pelo ''grupo de Dilma Rousseff'', mais transparente fica a sua vileza jornalística. A ''explicação'' publicada neste domingo (28) pelo jornal da dinastia Frias não convence nenhum brasileiro, mesmo leigo em jornalismo, que ponha os neurônios para funcionar.

Bernardo Joffily, Vermelho.org

O resumo da ópera

Em linhas muito gerais: 1) em 5 de abril a Folha estampou em sua capa, sobre um pouco usual fundo vermelho, a falsidade que ilustra esta matéria' ilustrada por uma ''ficha'' de Dilma no Dops na verdade montada por sites da extrema direita; 2) no mesmo dia o professor Antonio Roberto Espinosa, ''fonte'' involuntária da falsificação, escreveu ao jornal uma longa e indignada carta, publicada com cortes convenientes; 3) nos dias 7 e 12 o ombudsman Carlos Eduardo Lins da Silva cobrou do jornal a publicação da íntegra, ao menos na Folha Online, jamais realizada; 4) no dia 25 a Folha admite que ''a utenticidade de ficha de Dilma não é provada''... ''bem como não pode ser descartada''; 5) no dia 30 o jornalista Luis Nassif divulga em seu blog carta enviada ao jornal dos Frias, e jamais publicada, onde a ministra acusa a matéria de ''ter características de factóide'' e faz duas perguntas simples: ''Em que órgão público a Folha de S.Paulo obteve a ficha falsa? A quem interessa essa manipulação?''.

Este é apenas o resumo da ópera.

Nele sobressaem a má vontade, a má fé, a má qualidade da falsificação jornalística e sobretudo a soberba, presunçosa e preguiçosa recusa em voltar atrás no conteúdo da armação. Se o professor Emir Sader estiver certo quando decifra a FSP como sendo a Força Serra Presidente, o jornal está prestando um porco serviço ao seu candidato.

Melhor seria fazer como no episódio da ''ditabranda'', em 17 de fevereiro: enfiar o rabo entre as pernas e reconhecer o erro de conteúdo e princípios éticos jornalísticos. Para a Folha admitir que ''o uso da expressão 'ditabranda' foi um erro'' e ''todas as ditaduras são igualmente abomináveis'' foram necessárias três semanas, um número não revelado de iradas cartas de leitores e cancelamentos de assinaturas e até uma manifestação de rua diante da sede do jornal. Quantos leitores a Folha irá perder antes de recuar desta vez?”
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