Para que não se esqueça e não mais aconteça

Lúcia StumpfRenata Mielli, JB Online

"Há 45 anos, um golpe abriu uma ferida profunda na história brasileira que sangrou por duas décadas: a ditadura militar, instalada no País em 1º de abril de 1964. A primeira atitude dos militares foi atear fogo ao prédio onde funcionava a sede da União Nacional dos Estudantes, na Praia do Flamengo, 132. A partir daquela madrugada, o Brasil mergulharia num período de trevas, marcado por perseguições, censuras, torturas e mortes.

Uma ditadura que – diferente do que afirmou um recente editorial de jornal de circulação nacional – não teve nada de branda. Foram muitos os que perderam a vida na luta. Os estudantes Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE, Alexandre Vannucchi Leme, Edson Luiz e tantos outros morreram para manter viva a chama da liberdade. O Congresso da UNE de Ibiúna, em outubro de 68, terminou com mais de mil pessoas presas. Logo depois, em fevereiro de 1969, a ditadura aprovou o Decreto-lei 477, que classificou os líderes estudantis como perigosos à ordem. Na clandestinidade, a UNE permaneceu na luta, realizando reuniões e até congressos clandestinos nos anos de chumbo da ditadura entre 71 e 73. Com os primeiros sinais da redemocratização, em 1979, a UNE foi reconstruída, no histórico congresso de Salvador que comemora 30 anos de realização.

Mais de quatro décadas depois, a UNE resgata esta história de opressão e brava resistência de uma geração. Não com revanchismo, mas para que os jovens e estudantes de hoje conheçam este passado de lutas e, só assim, sejam capazes de construir um futuro altivo sem permitir que se repitam os erros. Uma parceria entre a UNE, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, a Secretaria Especial de Direitos Humanos e a OAB impulsionou a realização uma série de atividades desde 2007. Além do resgate da memória, estes atos serviram para que a nossa geração exija o direito à verdade. Reivindicamos a abertura dos arquivos da ditadura militar e a punição dos torturadores da ditadura.”
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