Mino Carta, Carta Capital
“Os indivíduos têm direito de revisar suas crenças e opiniões. A mídia também. Por exemplo. A revista Exame, da Editora Abril, escrevia quando a Operação Narciso da Polícia Federal, dia 13 de julho de 2005, invadiu a Daslu e prendeu dona Eliana Tranchesi pela primeira vez: “A Daslu virou vidraça, o templo paulistano do luxo se tornou o grande alvo da histeria anticapitalista no Brasil”. Era a véspera do aniversário da Queda da Bastilha.
Apanho a edição desta semana de Veja, nau capitânia da mesma Abril. Depois de admirar na capa o fantasma de dona Eliana a exalar ectoplasmaticamente da maquete da célebre loja, leio que a nova prisão da senhora em questão “pode marcar o fim de uma era de permissividade”. Na qual chafurdaram, como diriam cronistas de antanho, os barões midiáticos, entre outros senhores do poder. Não esqueçamos que à inauguração da “loja dos ricos”, como sublinha Veja, esteve presente para cortar a fita o próprio governador de São Paulo, então Geraldo Alckmin. Se fosse hoje, estaria José Serra? Aposto que sim.
Vale não esquecer outros fatos. As reportagens que celebraram o evento histórico da presença na capital bandeirante de um empreendimento comercial sem similares no mundo, a demonstrar que o espírito dos desbravadores continuava lépido. As denúncias da truculência da Operação Narciso, sem contar as lágrimas de Antonio Carlos Magalhães ao saber do vexame sofrido por sua protegida Eliana. De fato, ACM apreciava um terno Armani, levemente desestruturado.
Cabe a pergunta: por que a mídia, com exceção de O Estado de S. Paulo, privilegiou, dia 27 de março passado, a prisão de dona Eliana em lugar da notícia da Operação Castelo de Areia, que indicia o pessoal da Camargo Corrêa e pretende desvendar pretensa trama para favorecer partidos da oposição? Sinceramente, não tenho resposta. Permito-me caminhar por tentativas de explicação, sem descurar das principais características da chamada elite nativa.”
Artigo Completo, ::Aqui::
“Os indivíduos têm direito de revisar suas crenças e opiniões. A mídia também. Por exemplo. A revista Exame, da Editora Abril, escrevia quando a Operação Narciso da Polícia Federal, dia 13 de julho de 2005, invadiu a Daslu e prendeu dona Eliana Tranchesi pela primeira vez: “A Daslu virou vidraça, o templo paulistano do luxo se tornou o grande alvo da histeria anticapitalista no Brasil”. Era a véspera do aniversário da Queda da Bastilha.
Apanho a edição desta semana de Veja, nau capitânia da mesma Abril. Depois de admirar na capa o fantasma de dona Eliana a exalar ectoplasmaticamente da maquete da célebre loja, leio que a nova prisão da senhora em questão “pode marcar o fim de uma era de permissividade”. Na qual chafurdaram, como diriam cronistas de antanho, os barões midiáticos, entre outros senhores do poder. Não esqueçamos que à inauguração da “loja dos ricos”, como sublinha Veja, esteve presente para cortar a fita o próprio governador de São Paulo, então Geraldo Alckmin. Se fosse hoje, estaria José Serra? Aposto que sim.
Vale não esquecer outros fatos. As reportagens que celebraram o evento histórico da presença na capital bandeirante de um empreendimento comercial sem similares no mundo, a demonstrar que o espírito dos desbravadores continuava lépido. As denúncias da truculência da Operação Narciso, sem contar as lágrimas de Antonio Carlos Magalhães ao saber do vexame sofrido por sua protegida Eliana. De fato, ACM apreciava um terno Armani, levemente desestruturado.
Cabe a pergunta: por que a mídia, com exceção de O Estado de S. Paulo, privilegiou, dia 27 de março passado, a prisão de dona Eliana em lugar da notícia da Operação Castelo de Areia, que indicia o pessoal da Camargo Corrêa e pretende desvendar pretensa trama para favorecer partidos da oposição? Sinceramente, não tenho resposta. Permito-me caminhar por tentativas de explicação, sem descurar das principais características da chamada elite nativa.”
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