O Globo veste marrom

Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa

"O noticiário internacional sobre a expansão da gripe suína se divide entre os jornais de maior prestígio, que trazem informações oficiais e recomendações à população, e os chamados tablóides, modo genérico de qualificar a imprensa de má qualidade, que sai com manchetes alarmantes e pouca informação útil. No Brasil, o papel dos tablóides – ou, como chamamos, da imprensa marrom – foi assumido pelo Globo com sua manchete: "Gripe se alastra no mundo e Brasil mostra despreparo".

Nos demais jornais brasileiros e na imprensa internacional de qualidade, a informação predominante dá conta de que a Organização Mundial de Saúde elevou o nível de alerta porque o vírus demonstra capacidade de transmissão entre humanos, o que pode facilitar sua expansão muito rapidamente em grandes cidades.
Embora os casos confirmados se restrinjam a cinco países – México, Estados Unidos, Canadá, Espanha e Escócia – o Globo entendeu que o vírus "se alastra no mundo". É um caso de alto alarmismo e baixo jornalismo.

Realidade distorcida

Dos três chamados grandes jornais de influência nacional, o Globo tem se caracterizado pela linguagem menos refinada e pelas escolhas de manchetes mais ruidosas. Quando se trata de casos de corrupção ou de violência extremada, pode-se justificar. Mas, no caso de um risco para a saúde pública, o gosto pelo escândalo pode representar um desserviço à sociedade.”
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