Mauro Santayana, JB Online
“Hoje, em Londres, estará pairando sobre a reunião do G-20, com sua barba, cabelos longos, leve e sarcástico sorriso, o espírito de Karl Marx. Provavelmente o acompanharão, além de Engels e Andrew Jackson, fantasmas mais antigos, como os de Babeuf e Sieyiès. Ontem e anteontem, nas manifestações populares na City e diante do Palácio de Buckingham, poderiam estar presentes outras assombrações, como as de Girolamo Savanarola e do gladiador Spartacus.
Os principais líderes do mundo não irão negociar entre eles mesmos: terão que negociar com esses incômodos visionários da História, cujas ideias continuam vigentes. Mais uma vez a ordem de domínio tentará um acordo com o passado, porque, sem esse acordo, tudo pode ocorrer no presente. Como disse ontem Lula – depois de almoçar com Sarkozy – os líderes do G-20 não devem encontrar-se para marcar nova reunião. Tem razão. O próximo encontro pode ser tardio. A hora reclama decisões rápidas.
Cúmplices da ladroagem, alguns economistas ameaçam com maior instabilidade do sistema, se o Estado voltar a regulamentar as atividades financeiras e econômicas. Defendem a permanência dos paraísos fiscais e a "liberdade de mercado", atribuindo a crise à conjuntura. Outros acenam com as ligeiras variações dos índices de produção industrial no mercado americano, em razão da ajuda do governo ao sistema financeiro e à indústria automobilística. São como os enfermeiros que tranquilizam os parentes, quando a febre do paciente se reduz em um ou dois graus, durante o processo de hipotermia que antecede o óbito. Não deixa, no entanto, de ser divertido ouvi-los, porque se referem a tudo, menos à roubalheira de seus empregadores e consulentes.”
Artigo Completo, ::Aqui::
“Hoje, em Londres, estará pairando sobre a reunião do G-20, com sua barba, cabelos longos, leve e sarcástico sorriso, o espírito de Karl Marx. Provavelmente o acompanharão, além de Engels e Andrew Jackson, fantasmas mais antigos, como os de Babeuf e Sieyiès. Ontem e anteontem, nas manifestações populares na City e diante do Palácio de Buckingham, poderiam estar presentes outras assombrações, como as de Girolamo Savanarola e do gladiador Spartacus.
Os principais líderes do mundo não irão negociar entre eles mesmos: terão que negociar com esses incômodos visionários da História, cujas ideias continuam vigentes. Mais uma vez a ordem de domínio tentará um acordo com o passado, porque, sem esse acordo, tudo pode ocorrer no presente. Como disse ontem Lula – depois de almoçar com Sarkozy – os líderes do G-20 não devem encontrar-se para marcar nova reunião. Tem razão. O próximo encontro pode ser tardio. A hora reclama decisões rápidas.
Cúmplices da ladroagem, alguns economistas ameaçam com maior instabilidade do sistema, se o Estado voltar a regulamentar as atividades financeiras e econômicas. Defendem a permanência dos paraísos fiscais e a "liberdade de mercado", atribuindo a crise à conjuntura. Outros acenam com as ligeiras variações dos índices de produção industrial no mercado americano, em razão da ajuda do governo ao sistema financeiro e à indústria automobilística. São como os enfermeiros que tranquilizam os parentes, quando a febre do paciente se reduz em um ou dois graus, durante o processo de hipotermia que antecede o óbito. Não deixa, no entanto, de ser divertido ouvi-los, porque se referem a tudo, menos à roubalheira de seus empregadores e consulentes.”
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