FHC, ''preocupado'', insiste em ''fulanizar'' com Serra já

"O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso parece meio preguiçoso em seu artigo mensal publicado neste domingo pelo Estado de S. Paulo. Divaga em ''comentários despretensiosos'' antes de chegar ao ponto – as últimas instruções para a oposição conservadora. ''As oposições'', esclarece o mestre, precisam ''sensibilizar o eleitorado''. E isso ''requer 'fulanizar' a disputa'': ou seja, nomear rapidamente José Serra como presidenciável tucano em 2010, sem as prévias reclamadas por Aécio Neves, é o que o ex-presidente não ousa escrever.

Bernardo Joffily, Vermelho.org

O título é pomposo: O gesto e a palavra. Mas quem se acostumou a achar alguma espessura nos textos do sociólogo Fernando Henrique de outrora espanta-se com a preguiça intelectual (dizer macunaímica seria uma injustiça para com o herói de Mário de Andrade) dos ''comentários despretensiosos''.

FHC divaga sobre Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez vitorioso no referendo do mês passado, aos quais compara a Chacrinha. Menciona Churchill, Roosevelt, Obama (o ''discurso de pregador'', a ''invocação da fé''), Getúlio Vargas e Jarbas Vasconcelos. Só quando o leitor já se exaspera diz a que veio.

O ''enigma'': ''Que discurso fazer?''

''Me preocupa o que possa vir a ocorrer no Brasil'', confessa o ex-presidente mais rejeitado da história das pesquisas de opinião no país. Ocorrer quando? Em 2010, claro; faz tempo que FHC só pensa, só fala e escreve naquilo. E ele não se deixa enganar pela aparente vantagem de seu candidato José Serra, a 18 meses da votação.

''A mídia e a sociedade cobram um discurso de oposição. Diz-se, e é certo, que ela deve unir-se se quiser vencer. Mas que discurso fazer?'', indaga-se FHC. Eis o que ele chega a chamar de ''enigma''.
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