Uma prática distorcida e apressada

Venício A. de Lima, Observatório da Imprensa

“Algo de muito estranho está ocorrendo com a grande mídia brasileira. Que boa parte de seus "formadores de opinião" insista em defender que o papel institucional da mídia é combater o poder – identificando como poder apenas aquele exercido pelos governos e deixando de lado o imenso poder exercido pela iniciativa privada e seu imbricamento com o próprio aparelho de Estado – pode ser debitado a posições e idiossincrasias pessoais. Que, no entanto, a mídia incorra, homogênea e reiteradamente, no mesmo tipo de prática jornalística – distorcida e/ou apressada – já é outra questão.

Essa prática não constitui novidade. Em alguns casos, no entanto, é de tal forma evidente que permite apenas uma conclusão: a grande mídia convenceu-se de que está totalmente deslocada e assumiu que fala apenas para um segmento minoritário da população brasileira, o seu "nicho de mercado". E fala exatamente aquilo que essa minoria quer ouvir/ler. E, por isso, abandonou de vez qualquer compromisso com os ideais de "bom jornalismo" que proclama como seus – isto é, o profissionalismo, a imparcialidade e o equilíbrio nas informações que divulga.

Essas observações vêm a propósito de dois episódios, totalmente distintos, cujas coberturas jornalísticas dominaram a agenda da grande mídia na semana que passou: o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, promovido pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, realizado em Brasília; e o suposto ataque de membros de um partido neonazista a uma brasileira, na Suíça.”
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