Refugiados italianos no Brasil apoiam decisão de ministro

"Antes de Cesare Battisti, outros quatro ex-comunistas italianos conseguiram refúgio no Brasil. Luciano Pessina, Achille Lollo, Pietro Mancini e Pasquale Valitutti foram beneficiados por decisões do STF (Supremo Tribunal Federal) contra pedidos de extradição da Justiça da Itália ao longo de 15 anos.

A Folha localizou três deles vivendo no Rio de Janeiro. No dia a dia dos antigos militantes, a política deixou de ser prioridade. E a ideologia, quando muito, serve apenas de pano de fundo para atividades essencialmente comerciais.

Pietro Mancini, 60, ex-militante comunista, tem hoje uma produtora: a Studio Line-Baribrá, que recebeu R$ 1,5 milhão para fazer a campanha do deputado federal Fernando Gabeira (PV) para a Prefeitura do Rio em 2008.

Naturalizado brasileiro, Mancini foi condenado na Itália por subversão e assassinato, crimes que ele nega ter cometido. "Pela lei, só poderei voltar em 2024", afirma.

Segundo o produtor, que também é sociólogo, anistia é palavra proibida na Itália.

"Essa perseguição aos políticos dos anos 70 é muito poderosa. Fazem do ódio uma política permanente, realimentada", afirma. O caso de Mancini, em 2005, opôs os ministros do STF, que acabou classificando os crimes como "políticos".

Achilles Lollo, 57, foi preso em 1993 a pedido da Itália, mas o Supremo também negou a extradição. Era acusado de duplo homicídio culposo, por causa de um incêndio de uma residência realizado pelo grupo Poder Operário."
Folha de São Paulo
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