Pesquisa aponta que avanço do ecoturismo ignora educação ambiental

“O mercado do ecoturismo no Brasil movimentou cerca de R$ 495,1 milhões só no ano passado e os números da prática crescem até 30% ao ano no mundo. No entanto, estudo revela que o ecoturismo é pouco utilizado para o desenvolvimento da consciência ambientalista. Para o pesquisador da Universidade de São Paulo, Hélio Hintze, a prática produz uma subjetividade consumista e se mostra cada vez mais semelhante ao turismo convencional e distante do exercício de conservação do patrimônio natural. “O uso mercadológico do ‘eco’ atua como uma nova roupagem para o que ainda pode ser antigo”, alerta.

O ecoturismo é percebido pelos seus adeptos como uma forma de praticar turismo em pequena escala, na qual a oferta de uma infra-estrutura de apoio sofisticada é um dado menos relevante. Para outros, a prática é definida como um estado ideal de um turismo que minimiza o seu próprio impacto ambiental, desenvolve o respeito cultural e patrocina a conservação do meio ambiente por meio de projetos que promovam igualdade social e redução da pobreza em comunidades locais.

De acordo Hintze, doutor em ecologia aplicada e autor da dissertação de mestrado “Ecoturismo na Cultura de Consumo: possibilidade de educação ambiental ou espetáculo?”, a utilização do prefixo “eco” funciona como um sedativo para a consciência das classes médias. “Tudo agora é ‘eco’. Por exemplo, automóveis e postos de gasolina ecológicos, ecoresorts, ecoempreendimentos, programas de ecoeficiência em empresas de diversos ramos utilizam-se desta estratégia de marketing. Ser ecologicamente correto está definitivamente na moda”, afirma o pesquisador.”
Milton Júnior, Contas Abertas
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