Israel x Hamas: Obama usa retórica vazia

“Foram necessárias mais de 600 mortes de civis na Faixa de Gaza, pelo menos 40 delas em uma escola da ONU, e a destruição de uma importante universidade local, para que o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, rompesse o silêncio sobre os conflitos naquela região, onde o governo israelense, contra a decisão da Suprema Corte daquele país, continua proibindo o acesso de jornalistas estrangeiros - fundamental para coibir os abusos aos direitos humanos - e promove um verdadeiro massacre, segundo mensagens enviadas através de Internet para todo o mundo. Obama, que foi eleito com a promessa de mudanças na política externa norte-americana, limitou-se a dizer que "a perda de civis em Gaza e Israel são uma fonte de preocupação".

Estranho, muito estranho, o longo silêncio do presidente eleito dos Estados Unidos, sob a alegação de que só há um presidente de cada vez, dando a entender que a vez ainda é de George W. Bush. Enquanto isso, Obama se debruça sobre negociações no Congresso para aprovação de medidas que minorem a crise econômica.

Ora, se esse argumento vale para o conflito no Oriente Medio é natural que valesse também para o plano econômico, mas, o midiático presidente americano esgueira-se de problemas, como nos tempos em que passava batido pelas votações no Congresso. Segundo assessores, para possibilitar acordos sobre pontos dos quais discordava (o que não dá para entender). Ou, por despreparo mesmo, como acusam os adversários e parece mais provável.

Pode-se arguir, em defesa de Obama, que são muitos os problemas e que um presidente deve tratá-los um de cada vez. Mas o próprio Obama defendeu que um presidente deve estar preparado para administrar vários problemas ao mesmo tempo, quando no mês de outubro do ano passado, o seu rival John McCain sugeriu um break na campanha para discutir a aprovação do bailout no Congresso, proposta inicialmente recusada pelo democrata.”
Rosane Santana, Terra Magazine
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Comentários

Anônimo disse…
Olhe, Saraiva, acho que o Obama não deve mesmo se manifestar antes do dia 20, até para preservar o que resta de autoridade ao Bush. Com certeza ele não gostará, no ocaso de seu próprio governo, que o próximo presidente vá dar pitacos...
Vou dar um voto de confiança, ainda mais sabendo das origens muçulmanas dele.
Entretanto, ainda fico com as barbas de molho, porque a extrema direita norte-americana, composta em sua maioria por judeus, é fortíssima em influência nas decisões governamentais.
É esperar pra ver...