“A crise no PSDB é maior do que o rancoroso conflito que se abateu sobre o partido no seu berço paulistano, com o confronto de ambições entre o ex-governador Geraldo Alckmin e o atual, José Serra. O problema da legenda é a erosão do seu patrimônio político - o que não deixa de ser um paradoxo, quando se considera que a agremiação é a única a exibir não um, mas dois candidatos feitos e viáveis ao Palácio do Planalto: além de Serra, líder nas pesquisas, o mineiro Aécio Neves.
O mal dos tucanos chama-se Lula. Mais precisamente, a decisão que ele encabeçou - primeiro na campanha presidencial de 2002, depois no governo - de deslocar o PT para o território que o PSDB reivindicava para si: o do centro-esquerda modernizador e reformista. Tendo a mudança dado no que deu, é desimportante arrolar o que petistas e tucanos, e as administrações de uns e outros, possam ter de diferente, se não de antagônico.
Não só porque em política o que parece é, mas porque, objetivamente também, do segundo governo Fernando Henrique para cá, a continuidade tem prevalecido de longe sobre a ruptura. Tampouco serve de algo o coro dos ressentidos, para quem Lula se limitou a colher o que o antecessor plantou - como se mesmo isso não exigisse competência - e que o resto foi a sorte sideral do petista. O fato é que o PSDB ficou praticamente afônico. Pior: quando ensaia recuperar a voz, não o ouvem.”
Luiz Weis, O Estado de São Paulo
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Comentários
Estão tentando apagar de nossa memória toda a década de 90. Estão querendo que esqueçamos que fomos chamados de neo-bobos, dinossauros, capiaus, vagabundos e outras babaquices típicas da linguagem tucana-pefelista. Querem que esqueçamos aquela frase famosa: "muitos serão excluídos". Esta pérola foi arrotada antes do bacanal liberal onde grande parte do patrimônio público foi doado e a adoração ao deus Mercado procurava enquadrar todos na tal modernidade emplumada. Agora, estamos vendo no que deu a "modernidade" neo-liberal. Até procuro evitar qualquer pensamento a respeito de uma continuidade tucana no governo(???) deste país após 2002.
O mal dos tucanos pode até ser chamado de Lula. Por que, então, insistiram, e ainda insistem, na tentativa de desmoralizar e acabar com o PT? É lógico que miram na esquerda e só o PSOL que não viu, ou não quis ver. Aliás, o PSOL dançou com eles no festim final da CPI corrupta dos Correios.
O Collor também usou muito a palavra "modernidade" e o entreguismo começou com êle.
Não foi à toa que um professor de antropologia, dos meus bons tempos na Escola Guignard de Belo Horizonte, alertou-nos para os significados e a utilização política da palavra "modernidade".
Patético! O tal weis é "apenas" editorialista do tablóide o estadinho, precisa dizer mais alguma coisa? Cansei de desmentir os absurdos ditos por este rapaz no OI, desmentidos que muitas vezes não foram publicados pelo democrático articulista-golpista. Argh!