“Está claro que a disputa pela terra indígena é vista pelos fazendeiros do agronegócio e seus fiéis aliados como uma continuidade da guerra colonial no país
"O índio avulta em nossa frente, como um enigma cuja decifração tem o poder de revelar o nosso rosto. Este rosto é, com freqüência, feio, mesquinho, arrogante, ambicioso, impessoal, violento. Diante daquilo que é diferente de nós, somos obrigados, em termos de existência, a questionar nossa ilusão de onipotência e a mentirosa hegemonia que nos transforma em usurpadores e falsos senhores do mundo". Hélio Pellegrino, a partir de conversas com Noel Nutels, em ‘Lucidez Embriagada’, Editora Planeta, São Paulo, 2004.
Relatos recentes das comunidades indígenas da Terra Indígena Raposa Serra do Sol dão conta de incursões naquela área de extensas caravanas de fazendeiros em caminhonetes "off road", protegidas por batedores armados em motocicletas. Estas caravanas adentram a região e se detém em lagos, cachoeiras e outros lugares sagrados dos povos indígenas, aparentemente para conhecer, filmar e fotografar. Entre os participantes dessas caravanas exploratórias estão os arrozeiros invasores, principalmente seu líder, Paulo César Quartiero.
É importante lembrar que estes invasores andam anunciando planos de ampliação da invasão da terra indígena, tendo Quartiero anunciado, em mais de uma ocasião, que já comprou e estocou 8 mil estacas de cerca com o propósito específico de ampliar sua invasão, tão logo seja possível. Em mais de uma ocasião, esse invasor também avisou que não vai aceitar um resultado negativo para os seus negócios por parte do Supremo Tribunal Federal. "Vou aceitar ser roubado sem reagir?", responde Quartiero ao ser perguntado sobre o que fará se o Supremo confirmar que os fazendeiros devem sair" (jornal Valor Econômico, 30/05/2008).”
Paulo Maldos, Brasil de Fato
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