Sem líderes, a direita se perdeu

“Os 20 anos de ditadura militar e os reflexos do período na sociedade brasileira, somados a uma seqüência de governos auto-intitulados "de esquerda" – em especial os dois mandatos consecutivos de Luiz Inácio Lula da Silva, marcados pela alta popularidade do chefe de governo e pela bandeira dos programas sociais – provocaram um radical encolhimento no espaço ocupado pela direita no espectro partidário do país.

Nos Estados Unidos pós-11 de setembro e na União Européia o conservadorismo voltou ao poder, quatro décadas depois do emblemático ano de 1968, auge da resistência ao regime militar, em nível nacional, e dos protestos ligados a movimentos de esquerda, em todo o mundo. No Brasil, esse mesmo pensamento murchou. E empobreceu o debate político. Ao menos no que diz respeito à representação partidária, à sua presença dentro do Congresso.

– De repente, ninguém é de direita, todo mundo é ‘centro’ – ironiza o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), ele mesmo um dos raros baluartes da chamada extrema-direita no Parlamento.”
Karla Correia, Jornal do Brasil
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