Lula culpa lobby de petróleo por discurso anti-etanol

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira na conferência da FAO sobre a crise do preço dos alimentos que os "dedos apontados contra a energia limpa dos biocombustíveis estão sujos de óleo e de carvão".

No plenário da agência da ONU para Agricultura e Alimentos, Lula disse aos líderes mundiais que "para entender plenamente as verdadeiras razões da atual crise alimentar, é indispensável afastar a cortina de fumaça lançada por lobbies poderosos, que pretendem atribuir à produção de etanol a responsabilidade pela recente inflação do preço dos alimentos".

"Esse comportamento não é neutro nem desinteressado", afirmou.

Lula disse que um dos principais fatores da crise são as "absurdas políticas protecionistas na agricultura dos países ricos" e distanciou a produção brasileira de etanol da americana, que é baseada no milho.

Segundo ele, o milho americano só é competitivo contra a cana-de-açúcar brasileira quando "anabolizado por subsídios e protegido por barreiras tarifárias".

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Com álcool, Brasil é estrela de conferência da ONU, diz "El País"

"Os biocombustíveis estão no centro do furacão da crise dos alimentos e, por isso, o Brasil é um dos protagonistas da conferência da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, na sigla em inglês) em Roma (Itália) que discute o tema, diz um artigo publicado na edição desta terça-feira do jornal espanhol "El País".

O diário destaca que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos primeiros líderes a chegar a Roma e afirma que o "Brasil aposta parte de seu futuro na batalha [dos biocombustíveis]".

Saiba mais sobre a crise mundial dos alimentos

"Em dois anos [o país] estará entre os maiores exportadores mundiais de álcool de cana-de-açúcar e já é líder em vendas de carros flex, que rodam com gasolina ou álcool", diz o texto.

O jornal destaca a postura de Lula em defender o álcool e culpar o petróleo pela alta nos preços dos produtos agrícolas. De acordo com o jornal, Lula ataca a especulação do preço do petróleo e os subsídios europeus à agricultura e defende a "revolução energética dos biocombustíveis".
Folha Online / BBC Brasil
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