“Dono de uma das contas é conhecido de empresários paulistas e negocia delação premiada para revelar quem recebeu os dólares no Brasil
Documentos da Alstom em poder do Ministério Público da Suíça mostram que pelo menos parte da propina atribuída à empresa chegou a políticos tucanos de São Paulo por meio de dois doleiros. A planilha com as transferências, da qual a Folha obteve cópia, revelam que cerca de US$ 1 milhão usados para suborno passaram pelas contas de dois doleiros em Nova York, chamadas Orange International e Kiesser Investment.
A Orange é de propriedade de um dos doleiros mais conhecidos entre os empresários de São Paulo, Luis Filipe Malhão e Souza. Ele negocia uma delação premiada com a Justiça brasileira e pode revelar quem recebeu os dólares que passaram pela conta.
Malhão e Souza usava a agência de turismo Oxford, na região central de São Paulo, como fachada para os seus negócios com dólar. Auditoria feita pela Polícia Federal nas contas da Orange mostram que o doleiro remeteu US$ 461 milhões entre 1997 e 2002. A PF encontrou entre os clientes de Malhão e Souza os nomes de Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, e de Cassio Casseb, ex-presidente do Banco do Brasil. Segundo os registros, os dois usaram a conta em 2002.”
Mário César Carvalho, José Ernesto Credendio / Folha de São Paulo
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Documentos mostram pagamento de propina
“A investigação sobre a empresa francesa Alstom na Suíça está perto da conclusão. O juiz federal suíço Ernst Roduner tem informações bancárias que demonstram pagamentos suspeitos por parte da Alstom a funcionários públicos estrangeiros. Mas por enquanto ele se recusa a dizer a quem foram feitos os pagamentos. "Convoquei testemunhas na França e na Suíça. O processo está praticamente em sua fase final", disse.
As testemunhas teriam confirmado o envolvimento da Alstom e o esquema de propina. O centro da investigação de Roduner é um suíço que fundou um banco em Zurique. Essa pessoa poderia ser o intermediário da Alstom e peça-chave para entender as transferências de dinheiro a funcionários de governos em todo o mundo. O Ministério Público suíço tem provas de que o esquema usou pelo menos seis offshores para, em troca de contratos, pagar propinas que somam R$ 13,5 milhões a políticos de São Paulo entre 1998 e 2001, já no governo do PSDB.”
O Estado de São Paulo
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