Canibalismo PSDB-DEM e aliança PT-Bloco: algo muda em SP

“A cem dias das urnas de outubro, dois movimentos paralelos estão mudando a cena política de São Paulo. De um lado, o aguçamento do conflito canibalesco no campo PSDB-DEM. Do outro, a aliança em negociação entre o PT da ex-ministra Marta Suplicy e o Bloco de Esquerda (PSB-PDT-PRB-PCdoB) do deputado Aldo Rebelo. São dois movimentos inacabados, sujeitos portanto a reviravoltas de última hora. Mas vale acompanhá-los de perto, pois se decidem nos próximos dias.

Com 8,2 milhões de eleitores, São Paulo é o maior colégio eleitoral do país – e mais que a soma das três cidades que se seguem no ranking. Em 2006, o tucano Geraldo Alckmin venceu o petista Luiz Inácio Lula da Silva na cidade, no primeiro turno (por 1,142 milhão de votos) e no segundo (por 566 mil votos).

O campo anti-Lula (PSDB e DEM, que partilham o governo do tucano José Serra e a prefeitura do demista Gilberto Kassab), partindo dessa considerável vantagem, aparecia como favorito na eleição paulistana. Enquanto o campo de Lula estava fragmentado: o PT da ex-prefeita Marta Suplicy – um nome forte – não contava com aliados; fracassara no assédio ao PMDB local, do ex-governador Orestes Quércia, que preferiu o campo Serra-Kassab; e enfrentava ainda a disposição do Bloco de Esquerda para construir uma candidatura própria, delimitando fronteiras com o petismo.

Esta era a fotografia paulistana, não faz muito tempo. Não é mais.”
Bernardo Joffily, Vermelho.org
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