Quotas: um direito, não uma esmola

“Na época, com meus onze anos ia me defrontar com meus primeiros vestibulares – para fazer o ginásio só havia um jeito, disse-me meu pai, homem sério e batalhador, que me ensinou a ler muito novo e que cortava no vestuário ou na alimentação para me comprar as revistas infantis da época, o Tico-Tico, Vida Infantl e Vida Juvenil.

O jeito era entrar no ginásio público, porque não tinha condições de me inscrever num ginásio pago. Para azar dos pobres, o ginásio público em Santos, onde cresci, tinha fama de ser excelente como o Roosevelt paulistano, naqueles anos 50. Ou seja, os bons alunos de família rica também queriam entrar no Colégio Canadá, não por ser grátis mas por ser melhor que os ginásios particulares.

A concorrência era enorme, mais de mil candidatos para umas cem vagas. Como a matemática, prova eliminatória, não era o meu forte, indicaram ao meu pai uma professora particular com preços populares, que preparava pequenos grupos. Existem nomes que nunca esquecemos, Maria Theresa Roma procurava me reforçar nas regras de três, e, de vez em quando, fazia “batalhas” entre os alunos de seus diversos grupos.”
Rui Martins, Direto da Redação
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