Caso Alstom repete esquema Pau Brasil

“Apuração indica que supostas propinas teriam passado por empresas prestadoras de serviços

As investigações sobre o pagamento de propina por ex-funcionários da Alstom a servidores públicos e partidos políticos no Brasil para conseguir contratos com o governo mostram semelhanças com esquemas utilizados pela empresa Pau Brasil, que em 1990 e 1992 recolheu contribuições para as campanhas eleitorais de Paulo Maluf, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Estadual. O esquema prosseguiu, de acordo com o Ministério Público Federal, na gestão do então prefeito Celso Pitta, entre 1997 e 2000. Eram notas frias, na maioria emitidas em favor de empresas prestadoras de serviços ou fornecedoras de equipamentos e produtos.

Um levantamento feito pelo Ministério Público paulista em 2002 mostrou que a empreiteira Mendes Júnior, responsável pela construção da Avenida Água Espraiada, hoje Roberto Marinho, pagou cerca de US$ 195 milhões a empresas fantasmas entre 1993 e 1996. Testemunhas disseram à promotoria que as empresas emitiam notas fiscais frias para a construtora e devolviam 90% do valor recebido.

Em 2007, promotores da Suíça pediram ajuda ao Ministério Público da França na investigação sobre quatro ex-funcionários da Alstom, suspeitos de lavar dinheiro, falsificar documentos e pagar propina em nome da multinacional francesa.

Os promotores crêem que o dinheiro levantado por essas pessoas foi utilizado no Brasil para subornar funcionários públicos federais e do governo paulista para que a empresa conseguisse contratos para construção do metrô em São Paulo e de uma usina hidrelétrica entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Mais tarde descobriu-se que a Alstom obteve outras dezenas de contratos com o governo paulista, tanto no setor de transporte sobre trilhos como na área de energia elétrica.”
Eduardo Reina, O Estado de São Paulo
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