“Ninguém nega que o presidente Hugo Chávez é uma liderança impulsiva, sujeita, por vezes, a exageros e atropelos verbais. Mas o que aconteceu no encerramento da 17ª Cúpula Ibero-Americana, no Chile, é por demais significativo para ficarmos no campo das aparências.
Ao mandar, aos gritos, o presidente venezuelano se calar, quando ele chamou José Maria Aznar de fascista por ter apoiado a empreitada golpista de 2002, o rei Juan Carlos deslocou o debate do campo político e promoveu o retorno de algo que o passado histórico insiste em recalcar: a perversão colonialista.
O “por que não se cala?" é uma clara realização de desejos adormecidos em tempos de império. Não é apenas a irritação de um chefe de Estado com o presidente que lhe diz verdades incômodas; é muito mais que isso. É a raiva de um Bourbon contra mestiços e camponeses que ousam promover levantes contra o jugo espanhol. É um recado póstumo a José Antônio Galan e sua Revolta dos Comuneros, em 1871. É a reiteração da impossibilidade de êxito na luta pelo fim da servidão do trabalho indígena.”
Gilson Caroni Filho, Carta Maior
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